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sábado, 20 de junho de 2009

Um dinossauro cearense

Santanaraptor placidus (em latim "Predador de Santana") é um dinossauro de pequenas proporções que viveu na Bacia do Araripe, no Ceará, há cerca de 110 milhões de anos. Carnívoro, não media mais do que um metro e meio de altura. Exemplo mais que perfeito de que tamanho não é documento, bastou sair do anonimato para tornar-se um dos mais importantes achados da Paleontologia mundial.

O fóssil, encontrado pela equipe do setor de Paleovertebrados do Museu Nacional da UFRJ, chefiada pelo geólogo Alexander Kellner, preserva vasos sangüíneos e fibras musculares. Esta é a primeira vez que o tecido mole (parte que recobre o esqueleto) de um dinossauro é preservado em sua estrutura tridimensional. O material descoberto reúne sobretudo a parte posterior do esqueleto e da cauda, membros posteriores e parte da pélvis (bacia).

Parente distante do Tyrannosaurus rex, que embora famoso nas telas de cinema é inédito na América do Sul, o dinossauro brasileiro não precisou recorrer a parentes ilustres para alcançar a devida fama. Sua importância é singular. "Antes desta descoberta, todo o tecido mole de dinossauro encontrado resumia-se à impressão do couro do animal. Mas no caso de Santanaraptor, o que ocorreu foi a substituição da matéria orgânica, que compõe o tecido mole, por minerais. Tal ocorrência é extremamente rara, em nível mundial. Trata-se de um dos mais bem preservados fósseis de dinos- sauro descoberto até hoje no mundo.", afirma o geólogo.

Perfil do jovem dino

Baixo, jovem, ágil e veloz. Este é o perfil do dinossauro brasileiro, cujo esqueleto e modelo foram apresentados ao público na última semana do mês de julho. O fato de a maioria dos ossos não estarem fusionados indica que o fóssil é de um animal muito jovem. As proporções dos membros posteriores sugerem que o dinossauro brasileiro era bastante ágil e veloz. Já com relação a altura, a estimativa é de que, quando adulto, os dinossauros desta espécie poderiam atingir até 2,5 metros. Como estudos preliminares indicam o parentesco com o famoso Tyrannosaurus rex, foi baseado neste grupo de dinossauros Tyrannoraptora que a equipe do Museu Nacional inspirou-se para reconstituir o crânio do Santanaraptor.

Nome e sobrenome

A escolha do nome deve-se a vários fatores: Santana vem do nome dado à Formação Santana, na região da Bacia do Araripe, onde foi encontrado o fóssil; raptor, do latim, referente a atividade predatória deste dinossauro. O sobrenome placidus é uma justa homenagem a uma das pessoas que mais tem se empenhado para proteger o patrimônio fossilífero da Bacia do Araripe: Professor Plácido Cidade Nuvens, da Universidade Regional do Cariri (CE).

Modelo vivo

Com exceção da cor, todo o modelo construído para apresentar o S. placidus foi baseado em dados científicos, incluindo informações conseguidas com o fóssil encontrado no Ceará. "Fizemos uma réplica do animal nos melhores padrões que existem. É a primeira vez que fazemos uma réplica com esses detalhes, não só estéticos como científicos. Esse modelo reflete o atual estágio de conhecimento que temos sobre esse animal.", afirma Alexander Kellner.

O S. Placidus é o terceiro dinossauro a ter modelos montados no Brasil. Todos os modelos estarão em exibição a partir de agosto no Museu Nacional.

Mas o trabalho ainda não acabou. A equipe do setor de Paleovertebrados do Museu Nacional vai terminar a preparação do Santanaraptor realizando outras sessões com o tecido mole. O objetivo é tentar descobrir mais detalhes anatômicos do dinossauro. "Temos grandes possibilidades até de encontrar uma célula sangüínea", anima-se Kellner.

O trabalho também inclui uma descrição mais abrangente para ser publicada numa revista internacional e estudos completos com as análises necessárias para posicionar o mais novo dinossauro brasileiro no cenário global.

Fonte: FAPERJ

Juan