Vniversale descrittione di tvtta la terra conoscivta fin qvi

domingo, 27 de junho de 2010

Antes que eu (mundo) termine.

Sou uma farça.
Nada mais que um reles inseto

Inquieto, que gira

Sempre ao redor da luz


Vivendo situações repetidas

Vestindo repetidamente

Roupas que encubram

Minhas próprias mentiras.


Quero, posso, não consigo

Mudar. Será?

Vejo agora no horizonte

Uma luz diferente


Que me faz esquecer

Os poucos pedaços

Úmidos e vazios

Que ainda restam tapar


Sinto que, aos poucos

A luz vai me transformando

Sim! Começa a ofuscar

A mim próprio


Consumindo-me até que

Só reste mais

Uma continuação

Disso que chama-se paz.



gabriel

quinta-feira, 24 de junho de 2010

O que torna belo o belo?

Tendo a beleza como tudo aquilo que é admirado através dos sentidos do homem, o maior questionamento sobre o assunto cai na seguinte questão: a beleza é denominada por fatores biológicos ou culturais? A resposta pode parecer simples: a beleza do nosso cotidiano é quase totalmente denominada pela cultura adquirida durante a nossa existência. Mas nem sempre foi assim. Na aurora da existência humana, no período pré-histórico, fatores instintivos deviam determinar o que era belo. Não existiam muitos meios de comunicação pelos quais a natureza era expressa. Por qual razão o pôr-do-sol, ou a lua cheia exalam beleza a quem vê?
A beleza primordial pode estar associada ao instinto de sobrevivência, presente em qualquer forma de vida. Nada é belo e nada é feio se adotarmos uma visão indiferente para com a vida. Sentimos medo do escuro na infância pelo temor ao inesperado, ao desconhecido, à própria morte. Quando uma luz acende, tudo fica claro e seguro, e assim, criamos nossa ideia simbólica de vida (luz, segurança, visibilidade, equilíbrio) e de morte (escuridão, insegurança, cegueira, instabilidade). O mesmo acontece ao contemplarmos as estrelas no céu noturno.
Outro fator biológico é o reconhecimento de simetria como denominador da beleza. Não existem seres vivos que não são simétricos por natureza. Logo, um círculo perfeito e iluminado (como a Lua) em meio à escuridão, é símbolo de perfeita beleza biológica.
Sendo assim, a beleza cultural dos tempos modernos vem da beleza biológica de todas as coisas. Quanto à beleza artística, percebemos, entretanto, outro tipo de ideia que começou a se manifestar popularmente a partir do século XIX e geraram novos conceitos de beleza. A harmonia e a simetria passaram a ser questionadas por artistas como Pablo Picasso. O cubismo de Picasso nem por isso deixava de ser belo. Percebemos então uma contradição à beleza biológica, gerada por fatores culturais e do desenvolvimento intelectual do homem, provocado pela ''quebra'' do padrão e dos conceitos clássicos de beleza.
Sobre tais aspectos, podemos chegar a conclusão de que a beleza como conhecemos é uma mistura cultural e biológica das características presentes. Em cima dessa análise, é provável que o conceito de beleza possa ser considerado instável; quanto mais o tempo passa, mais cultural e subjetiva passa a ser a beleza.



Uma obra de Pablo Picasso representando o conceito não-clássico - ''cultural'' de beleza ao lado de uma obra de Leonardo Da Vinci representando o conceito clássico - ''biológico''.

Arthur Wilkens

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Rascunho #1

E aqui estou eu. Sentado sob uma cadeira que grita, Gritando tão alto como uma pobre velha Que ao sentir o odor mortal do destino Se vê engasgada em seus próprios lamúrios. O que a vida é? Durante toda nossa existência Nunca nos sentimos satisfeitos Seja uma vez apenas Em nos contentar com uma resposta, Sempre buscamos e creemos encontrá-la Em todos diferentes momentos que "somos". Talvez a vida não seja uma pequena prosa, Feliz, com seu início, meio e fim delimitados Seja ela beirando à um byronismo insuportável Ou ainda sonsa e mesquinha, querendo fugir dos fatos Tanto para sentir, Tanto para ver, Ainda sim, Tão pouco tempo, Ó Deus? Quiçás toda vida fosse Como uma pequena borboleta, Pequena, entusiasmada e divertida Sem preocupação onde termina, Mas sempre aproveitando cada instante And living with no regret. gabri=el

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Conto n.1

Na noite fria e calada, dos restos miúdos sobre a sarjeta, surgia um inseto magrelo, escravo da ausência de tudo, senão do instinto de permanecer vivo. Bicho de vida curta, e regado, ainda assim, pela esperança ao nada e ao ninguém. Esmagado fora o pobre, pela sola da moça do cotidiano efervescente, do casaco de couro, colar de rubí, dos dentes de marfim. Passos rápidos e firmes, postura clara e objetiva, andava a moça cortando a escuridão. Por dentro, nada além da verdade sobre si. Iludida, precária, miserável, jogada do trono, cuspida do mundo, e o caminhar sobre caminhos distintos. Parou no portão de um sobrado de jardim horrendo, tocou a sineta e aguardou. - ''Quem é a moça?'' , ''Vim para a festa!'' -. O casebre a recebeu, o velho sedentário a conduziu por escadas e viram-se postos em um hall aquecido pelo fogo da lareira. Cortinas precárias dançavam aos estalos da madeira, e no palco de um sofá esburacado deu-se toda a festa. E como carnal se fez a cena, das roupas da moça atiradas no fogo pelo velho, sem ela ter notado. Ele se esgueirava do rosto da moça para conter o olhar de ironia, e deitou a cabeça sobre o encosto do sofá, confortou-se, junto ao incasável luto da parceira pela sua satisfação. Adormeceu um tempo depois, sendo interrompido pela previsível esteria da madame agarrando-o pelo braço. - ''O que fizestes com minhas roupas?!'', ''Juro que não foi de minha intenção, elas caíram no fogo e não pude mais nada fazer.'' ''Deverá me pagar em dobro!'', ''É isso mesmo que queres? Ser paga em dobro por eu ter, acidentalmente, derrubado tuas roupas no fogo da lareira?'', ''E não seria digno? Ou espera que eu daqui, saia nua pelas ruas da cidade, para todos verem meu corpo?'', ''Confesso que isso não difere muito dos teus serviços.'', ''Velho imundo! Se não me pagar em dobro nesse exato momento, te ponho numa fria.'', ''Não precisamos criar problemas, venha até aqui comigo...'', ''Estou nua.'', ''Ora, não tem problema, o dinheiro é o mais importante, depois lhe consigo algum trapo para vestir'' -. Desceram as escadas e ele a conduziu a uma saleta próxima a porta de entrada do sobrado. No interior da pequena sala, descansava um cofre imenso. O velho o abriu e retirou alguns trocados. - ''Aí está, o seu pagamento.'' - A moça recebeu as notas e envergou a expressão. - ''Aqui não tem um terço.'', ''Vejamos, tome mais essas.'', ''Maldito, ainda falta o dobro.'', ''Claro, o dobro... eu já ia me esquecendo, vejamos...''. - Movimentou-se por trás do cofre e o empurrou rispidamente em direção a parede, que concedeu uma chuva de cupins na cabeça de ambos. O velho repetiu o movimento e dezenas de bolos de dinheiro caíram pelo chão. A moça, ainda nua, ajoelhou-se desesperadamente e passou a mão na maior quantidade possível. Carregando a fortuna como uma criança no berço de seus braços, esvaiu-se da saleta e chutou a porta de entrada, que não abriu. - ''Aonde está indo com o meu dinheiro? Fedelha inconfiável.'' -. O bravo suspiro do dono do sobrado amedrontou a moça, ele mancava apressadamente em sua direção, com o ódio no rosto, a bengala apontada como ameaça certeira. Correu em direção a janela o corpo belo e curvado da moça, pálido, banhou-se de desespero e resvalou no assoalho, provocando um baque que estremeceu as paredes, que jorraram cupim pela última vez. - ''Um velho depressivo em sua própria casa já não vale mais nada, veja bem... vamos ver quem é quem causa a maior notícia!'' -. Caiu sobre o corpo da jovem e a prendeu ao chão pelo pescoço. Encarou-a com os olhos fervendo, desfez o berço dos bolos de dinheiro e tomou posse de um deles. O grito de desespero da vítima ecoou pelo hall, a sua boca aberta como um poço. - ''Morre, mas engole o que estava querendo antes.'' - Possuído do bolo de dinheiro, o velho fez força para introduzi-lo pela garganta da prostituta, que já não produzia mais berro algum. Os olhos esbugalhados, os dentes cravados no dinheiro que sobrava pra fora da boca, um silêncio repentino e a morte fora anunciada. O assassino permaneceu intacto, satisfeito por um momento. Arrastou o cadáver empoeirado até a cozinha, portou a lâmina mais afiada e dela se fez cadáver parceiro, deitado sobre a vítima, o coração apunhalado, o mar de sangue, reinando o assoalho que jamais fora lavado.


Arthur Wilkens

segunda-feira, 14 de junho de 2010

I'll leave this here

To fedendo à tomate podre,
to fedendo à tomate poodre
To fedendo à tomate podre
PRA NÓS DANÇÁ


gabri-eu

segunda-feira, 7 de junho de 2010

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Amor doentio. Pregado às pressas, Como uma peça comedida Fixante, morna, não frígida. Me deixe sentir o cheiro Do teu mais doce beijo, Da sua boca que agora me encanta Me deliciando com seu sorriso. Provar do seu amor seria como Uma tarde ensolarada no inverno Com o calor aquecendo todo corpo Fazendo estremecer de tal gozo Com a estrela riscando o céu Rápido, farei um desejo Altroz, fugaz, mas não secreto Nunca me cure Ó Senhor, Desse estranho tormento. gabrie-l