''Se me disseres que chegarás pelas quatro, desde às três já serei feliz.'' Só que por enquanto ainda é cinco, e tu provavelmente chegarás pelas oito, e já estou sentindo-me feliz.
Gosto muito de escrever-te, porque sei que assim consigo alegrar-te e para mim, nada mais deixa-me tão feliz do que vê-lo contente. Acho que a felicidade é ter-te feliz.
Falando de outras coisas, estou dando aula para uma classe especial hoje. Horrível! Não param. Dá vontade de sair correndo pela porta. Trabalhar com crianças não é fácil. A gente precisa ser um bocado otimista, achar que dias melhores virão. Ainda assim, a gente se apega demais a estes pequenos e quando eles se vão, sinto que poderia ter dedicado-me mais a eles.
Contigo, às vezes sinto o mesmo. Acho que não te recebi como mereces na quarta-feira passada. Acho que ainda não aprendi a dedicar-te todo o meu amor. Mas isso tem uma explicação: Ele é tão grande e profundo, e nunca se entregou totalmente a alguém.
Outra vez os alunos me interrompem e o meu pensamento é cortado.
Gostaria de escrever-te mais, porém já é hora de sair. Graças a Deus.
Um beijo, da sempre tua, Marta.
Arthur