Vniversale descrittione di tvtta la terra conoscivta fin qvi

sábado, 30 de abril de 2011

Os diáfanos Querubins

Os diáfanos querubins
Ressoam maravilhosos
Em cada partícula cósmica

Suas liras da eternidade
Abalam qualquer seja
O momento em que se encontra

Inefável! Teu mundo é para ser admirado
Em todo seu explendor e unanimidade

A vida é a magia trascendente
Na qual um único segundo reflete
Uma infindável eternidade.


Ass.: Gabriel

How evil are you

Hello there evvybodda

postando aqui um teste "How evil you are"


meu resultado: you are 16% evil. hum

Nathália

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Rabiscos sem dono

Convite

Neste sábado (30/04) acontece o primeiro concerto do Conjunto de Música Antiga da UFRGS, que será realizado às 18h30min no auditório do IA. O concerto fecha a abertura dos colóquios de música antiga que irão até o final do ano. O tema deste primeiro é a ópera barroca e os estilos nacionais, e serão executadas obras de J.B. Lully, J. Blow e M.P. Montéclair.


Certamente estarei lá presente, e com isso deixo esse convite a todos!

Obs.: a entrada é franca.




Arthur

quarta-feira, 27 de abril de 2011

LiveMocha

Livemocha é um site onde você pode aprender mais sobre a língua que desejar falando com pessoas cuja língua materna é essa na qual você está interessado.
São 38 idiomas.

Analogicamente ao last.fm, aqui há uma espécie de chart onde mostra quantos porcento você já fez de tal curso e qual o seu nível em cada idioma (novato, avançado...)

Bom, não sei se vocês já conhecem... Eu já conhecia há uns 3 anos e me lembrei agora, achei legal postar porque sei que alguns aqui curtem aprender outros idiomas... Agora é a oportunidade do Gabriel de aprender de vez holandês rs brinks

enjoy

Nathália

"Despertar"

Oi pessoal, vou deixar aqui o link de um conto que eu fiz, dividido em 4 partes. Trata-se de um conto sobre um garoto que acompanha a trajetória do melhor amigo no hospital.

http://sujeitoaminhaexistencia.blogspot.com/2011/04/despertar-i.html

http://sujeitoaminhaexistencia.blogspot.com/2011/04/despertar-ii.html

http://sujeitoaminhaexistencia.blogspot.com/2011/04/despertar-iii.html

http://sujeitoaminhaexistencia.blogspot.com/2011/04/despertar-iv.html

Comentem aqui o que acharem!

Aviso: Não o coloquei diretamente no blog pelo fato de que parte se seu conteúdo não se enquadra com as "regras" do blog.
Sintam-se livres para deixar de ler caso se sintam encomodados com conteúdo de cunho sexual ou com linguagem chula.
Acredito que é só um detalhe que faz parte da dinâmica e proposta do conto, mas fica a dica!

Ass.: Gabriel Engelman

terça-feira, 26 de abril de 2011

"Dancing with myself"

Eu ando cada vez mais impressionado com o tanto de gente talentosa que existe no Youtube. Muitos se consagraram por meio de videos criativos e originais, como os garotos do OK GO que, sem dúvida alguma, entraram para a história do Youtube e da Internet Mundial.

Mas têm alguns que não tiveram tanto destaque quanto esses garotos, mas que também possuem a sua valia. O guri do vídeo abaixo é um desses caras que resolveram dançar sozinhos em suas casas, mas se gravam dançando e compartilham de seus momentos de, digamos, "solidão". Um momento um tanto quanto "Dancing with myself"

Palavras "afáveis" do anfitrião incomodado

Sinta-se em casa, mas não sente no sofá.
Seja feliz, mas não ria tão alto.
Dance bastante,  mas não mexa o corpo.
Fale comigo, mas não quero te ouvir.
Coma à vontade, mas não encha o prato.
Use o banheiro, mas não use o papel.
Fique comigo, mas longe de mim.
Seja você escondido em ninguém.
                                                                                        

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Exegese do poema mioleba

O poema
gororoba
rebimboca
guariroba
voçoroca
mioleba

A exegese

Primeira parte: reconhecimento de mioleba como a melhor palavra já inventada pela civilização ocidental

O poema apresenta um esquema de rimas em alternância, com cada verso contendo uma polissilaba até o surgimento do elemento surpresa mioleba. Ele surpreende por sua métrica, em três sílabas, e por não constar em nenhum dicionário. A interpretação mais aparente consiste em considerá-lo como forma variante de "me leva", com o "mio" indicando a provenância itálica de seu interlocutor enquanto "leba" demonstra uma variante de "leva" encontrada ao norte de Portugal. Ora, nesse caso, "me leva" gesticula os movimentos migratórios do homem clássico de Roma à Penísula Ibérica, e do homem do Norte a expulsar os mouros ao Sul, e dali para o Novo Mundo, onde hoje, como sempre, procura atingir uma transcendência espiritual, ser levado pela essência divina a um novo plano de existência em 2012. Reconhecemos mioleba, como palavra, como um ato de compressão de toda a história da humanidade em um só ponto: o ímpeto de transcendência e de união física e imaterial entre a essência dos amantes em uma só uterância mágica, mioleba, que possui o poder de iconizar todos os mitos em todas as eras: pois Ulisses, vendo-se perdido no mar, proferiu à deusa: mioleba para perto de minha amada Penélope, que me aguarda; pois Gilgamesh, segurando Enkidu morto em seus braços, não diz mioleba no lugar dele, mas sim mioleba para onde não se pode miolebar; miolebar, um verbo intransitivo, o ato que todos nós fazemos inescapavelmente ao fim de nossas curtas existências. Há nessa palavra algo de belo, pois o seu som nos agrada; nos lembra uma sopa de miolos, a tempestade de informações e os nossos interiores governados por emoções conflitantes e sentimentos que nem sempre podemos controlar; há nessa palavra algo de sublime, pois todos a admiram como algo sobrenatural, uma sentença de encanto e miríade cornucópia de sabedoria, o desejo do homem em tornar-se überhomem, como implora em um ímpeto nietzschiano o garoto almoso que pede "Super Man Dat Hoe", transforme em dama venerada toda prostituta, transforme em adulto vigoroso a criança ainda em formação, deixe no plano da matéria aquelas coisas escritas geneticamente no espectro de intenções mágicas da dupla serpente que forma a internalidade multiplexa ainda não manifesta de nossos seres; e há por fim nessa palavra algo de pitoresco, pois ela desperta uma risada divina, a hilaritas que está no rosto das divindades tântricas e do sábio taoísta que observa as vaidades dos homens. Portanto, reconhecidos os elementos belos, sublimes e pitorescos da palavra mioleba, podemos passar a análise de como ela se integra aos demais elementos do poema.

Segunda parte: reconhecimento do poema de mioleba como a maior obra já escrita pela civilização ocidental

Se mioleba é a palavra mais divina já concebida pelo homem, podemos encarar as demais palavras do poema ao menos como congêneres, convidadas a mesma morada nos céus. Rebimboca se refere àquilo que re-bimboca, que reemboca com uma nuance sensual e feminina inerente a sua constituição; rebimboca é o riverrun em Joyce, é o wu wei em Laozi, é a passagem dos ciclos lunares, é o renovar dos ventres todos meses, é a ida das águas da nascente a cachoeira e de volta aos céus para cair em movimentos sutis e delicados que constituem o seu aspecto pleno de mulher. A ela se associa outra palavra igualmente erótica e feminina, voçoroca, o ventre infinito, que tudo recebe e tudo contém, que carregou e nutriu a todos nós, que deu prazer a outros tantos, que dá prazer a todos nós pelo simples ato de existir, que nos inspira, o lugar de onde viemos e repousamos e refluimos por novas formas. A esse elemento feminino, o poema adiciona outras duas palavras para englobar toda humanidade em toda em plenitude, agora mostrando seus aspectos masculinos. Gororoba iconiza perpétua a condição cômica do homem que, desesperado e sem suporte, nunca come aquilo que deseja no momento de sua volúpia, tendo que se contentar na maioria das vezes com fetiches, fantasias e substituições insuficientes. Ela se compõe de goró e o verbo roubar, o goró que rouba o homem e lhe entrega ao estado de embriaguez, condensando em uma só palavra tanto a ofensa substantiva quanto a alternativa verbal menin, a ira incontida de novos Aquiles que se entregam à barbárie na ausência da figura feminina nem sempre presente. A palavra guariroba, por outro lado, evoca os aspectos positivos da natureza masculina, a palmeira vigorosa carregada por todos os homens, o ímpeto fálico de execução ou como se diz em terras orkúticas, a pegada: guariroba é Priapus em árvore, a palmeira que monumentalmente representa tanto em seu tronco quanto em seus cocos o melhor dos homens; é a bravura e esperteza dos heróis, a capacidade masculina de vencer mares e terras infindáveis para conquistar aquilo de que necessita. Assim, se gororoba e guariroba são fogo e terra, e rebimboca e voçoroca água e ar, mioleba é o éter eterno que tudo isso constitui e tudo abarca, o Tao que paradoxalmente reune os significados complexos tanto do homem quanto da mulher em um só ser que existe no momento do amor incompreensível e informulável. A palavra mioleba contém todo o poema, e contém a si mesma, resultando em um padrão fractal que reproduz eternalmente a glória de ser humano: e por isso, por ser infinita e cheia de mistério, contém todo o universo.

Terceira parte: reconhecimento de mioleba como a única obra que vale a pena ser lida

Para aquilo que concerne as necessidades do espírito humano, o poema mioleba basta como obra-prima suprema ao passo que contém em si toda a arte já criada. Ela deve ser o único conteúdo de tatuagens, a única letra de músicas, ensinada nas escolas por toda a vida e cobrada nos exames vestibulares: ela deve ser o instrumento básico de comunicação, uma linguagem que por si só basta e substitui aquela que lhe deu origem. Deve ser gravada em pedra, desenhada nos céus por aviões do exército incessantemente, escutada em murmúrios, gemidos, gritos, conversas, discursos, declarações de amor, teatros e igrejas. Pois por muito tempo vivemos desolados e em perdição, mas agora Abel e Elohim se espelham na terra em uma só forma: mioleba.


domingo, 24 de abril de 2011

Theme Hospital

E ae Randomaníacos!!
Hoje, vou postar aqui um jogo muuuito legal, que eu(e vocês também!) jogava nos anos 90!


THEME HOSPITAL!

Download:


[OBSERVAÇÃO IMPORTANTE!!!!!!!!!: Para o jogo funcionar, você deve extraí-lo para a pasta c:\hospital\ !!! ]

Divirtam-se, e relembrem o bom e velho anos 90 através de suas associações neurais, pois o jogo vai apenas desencadeá-las, espero.


Nathália

sábado, 23 de abril de 2011

Cupcakes de Chocolate


CUPCAKES DE CHOCOLATE
(do livro The Ghirardelli Chocolate CookBook)
Tempo de preparo: 1 hora
Rendimento: 12 cupcakes médios


Ingredientes:

  • 1 xic. + 2 colh. (sopa) farinha de trigo
  • 1/4 xic. cacau em pó
  • 1 1/4 colh. (chá) bicarbonato de sódio
  • 1/4 colh. (chá) sal
  • 1 ovo grande
  • 1/2 xic. açúcar mascavo compactado na xícara
  • 1/2 xic. açúcar cristal orgânico
  • 1/2 xic. + 2 colh. (sopa) leite integral
  • 1/3 xic. café forte ou espresso
  • 1/2 xic. (100g) manteiga sem sal, derretida
(cobertura)
  • 170g chocolate meio-amargo (usei 56% de cacau)
  • 3/4 xic. creme de leite fresco
  • 3 colh. (sopa) manteiga sem sal
  • gotas de chocolate para decorar

Preparo:
  1. Pré-aqueça o forno a 180ºC e forre a forma de muffins com forminhas de papel (as forminhas realmente facilitam para desenformar os bolinhos, que saem do forno MUITO frágeis e molinhos).
  2. Peneire a farinha, o cacau, o bicarbonato e o sal em uma tigela.
  3. Em outra tigela, misture o ovo e os açúcares até ficar homogêneo. Junte o leite, o café e a manteiga derretida. Junte os ingredientes secos e misture apenas até que fique homogêneo.
  4. Divida a massa entre as formas, enchendo-as até 3/4 da capacidade. Asse por 15 minutos, ou até que um palito inserido no meio saia limpo. Os bolinhos não vão crescer muito, e ficarão achatados no topo, o que facilita na hora de confeitá-los.
  5. Esfrie nas formas por 10 minutos. Com uma pequena espátula ou faca, desenforme-os com cuidado, deixando que terminem de esfriar sobre uma grade.
  6. Enquanto isso, faça a cobertura: pique o chocolate e derreta-o em banho-maria, mexendo de vez em quando. Tire do fogo. Aqueça o creme de leite e junte ao chocolate, mexendo bem com um fouet. Deixe que amorne um pouco e junte a manteiga, mexendo até que ela esteja bem incorporada. Deixe descansar até firmar o suficiente para espalhar a ganache sobre os bolinhos (1 hora em temperatura ambiente ou 20-30 minutos na geladeira).
  7. Espalhe a cobertura nos bolinhos e enfeite com as gotas de chocolate. Sirva no mesmo dia ou guarde-os num tupperware fechado na geladeira, onde eles se conservam bem por mais alguns dias: a cobertura firma mais um pouco, mas não deixa de ser deliciosa, e ela protege o bolinho do ressecamento.

Nathália

A Tale from this curious girl

Amanda não se conformava em ser uma pessoa um tanto distinta das outras. Seus interesses estavam sempre ligados à arte, sua maior paixão era o desenho. Também gostava de ler muito, e ocasionalmente, arranhava uns acordes no violão. Nunca ia à festas, as achava entediantes e um mero desfile de roupagens e desejo de aparecer mais que o outro. Ela também não era bonita, o que dificultava que qualquer garoto interessasse-se por ela, ao menos de primeira vista. Ela, entretanto, teve um namorado, do qual partilhou um ano de profunda amizade seguido de um relacionamento de mesma duração. Fazia pouco tempo que ela o deixara, e era como se nada tivesse mudado, sua então tentativa de adequar-se ao sistema social falhara indubitavelmente. Amanda estava plenamente consciente que ser uma pessoa diferente podia ser um trunfo em alguns aspectos, ainda mais em seu caso. Porém, no âmago do seu ser ela queria ser nada mais nada menos que uma garota qualquer, processo inverso ao usual. Ela não demonstrava nem se esforçava muito para concretizar este sonho.

Foi quando eu estava desenhando essa pomba no centro. Muito bonita e tentava captar tudo. Medo de mendigo era tarde. Mendigo e pomba me deu essa coisa estranha, um impasse tolo aparente. Mudar sim eu posso. Preciso ser franca se quero pra valer. Desisto dessa vida de dor que esse ser diferente me provoca um dia afogo num poço bem grande de luto se continuo. Quero amigos comuns. Quero gostar de música ruim. Quero ter um namorado infiel e chorar por ele, comer demais e engordar quero abrir mão de quase tudo. Quero me alienar, qual seria o primeiro passo para afogar minhas hemoglobinas em mesquinhez? Assistir novelas e ir à festas? Só não prometo que vou conseguir. Preciso de um algorítimo que permita uma idiotização total. Desse jeito não dá mais. Raiva.

A praça estava escurecendo. Havia apenas uma pomba velha, uma garota e um mendigo. A pomba catava com desespero qualquer migalha no chão. A menina estava focada para dentro de si, revendo conceitos com um lápis em mãos. O mendigo tentava lembrar onde estava ontem e imagina se a menina não tem um dinheiro para uma pinga.
Cai o lápis no chão, uma pomba voa, o caderno meio desenhado é jogado para cima: Há um risco forte e intenso nas duas páginas desenhadas, quase um rasgo na folha que quebrou a ponta do lápis. O mendigo pensa se vai lembrar do que fez hoje no dia seguinte. A garota deixou uma nota de dois reais no banco.

(...)  A Amanda mudou demais, Pai. Não é a mesma garota que conhecia. Costumava ser tão assim, autêntica e diferente, sabe? Eu sei que ela tinha vontade de ser como todos os outros, li no diário dela uma vez. Mas nunca pensei que fosse algo sério. Se tu for procurar uma Amanda Mizotti, vai encontrar uma guria fútil e sem nada de mais, à primeira vista. Ela era muito persistente, já te falei isso nas outras cartas, e parece que conseguiu ser o que queria ser. E ela está com um brilho diferente, aquela dor revoltada nos desenhos insanos viraram uma felicidade verdadeira, só tenho pena  que isso era a aspiração dela, uma garota às avessas, é o que ela é. Mas ainda dói. Não doía tanto quando ela tinha terminado comigo, mas ela cortar contato e fazer as porcarias que está fazendo, não sei, Pai, preço alto por uma "normalidade". Mas beleza, que seja feliz né? Quase não cabe mais nada aqui, beijo, te amo, saudades Pai.

 Ouvimos, por fim, um pio de uma pomba, um arroto de bêbado e um grito de menina.

Gabriel Engelman

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Você nunca quis vê-la assim

Veja, há uma coisa ali na sombra

Ela se arrasta como um paladino vencido

Perceba, entretanto, o seu ver resoluto

Suas entranhas semi-abertas

E o sorriso demente, conspícuo, que tem essa criatura.

Esfrega-se no chão como uma lesma, e traz uma imundície fedorenta consigo

Consigo é ver a podridão que exala da sua boca depravada,

E suas palavras tem a adrenalina do sangue fresco de sua possível presa:

"Venha! Vamos se afogar no meu lodo, nessa miséria corruptível e resoluta,

Deixe que eu te possua, reboque tuas virtudes e atira-te no meu precipício de morbidez absoluta!"

"Ah!" compreendo. Isso tu sabes o que é. Afastemo-nos, antes que ela nos englobe,

Devore cada pedacinho digno nosso, para restar os ossos que tanto urgimos esconder.

Esfrega, esfrega, esfrega, é o coito da morte!

A verdade é que

com ela não temos sorte,

Não temos sorte,

Temos só

Temores

Tumores

Horrores

Medo do produto

Enlatado diminuto

Nosso conjunto:

Humanos torpes.


Gabriel Engelman

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Without MAKE UP and photoshop

Kate Moss
Demi Moore
Christina Ricci

Megan Fox


A maquiagem pode salvar a sua vida... :)
fikdik

Impressionismo

Na minha janela tem um quadro sem nome,
Pintado de chão e de céu, de árvore e rua.
E uma moça que nele passa,
Por ventura, me dói.
Ela é sem nome, sem graça,
E por alguma, eu amo.

Arthur Wilkens

Vazio

Vazio: Sentimento de que nada existe em você, mesmo depois de ter feito pessoas sorrirem. Sentir que nada fez, mesmo depois de ter trabalhado muito. Ficar se imaginando que podia ter feito mais, mesmo tendo feito muito. Saber o que fazer, mas agir como se não soubesse, e ainda ficar em dúvida sobre o que terá em seu futuro. Nada sente ter, mas se sente cheio de tudo.

Vazio: Nada sobre nada. Nada que se aproveita - exceto agora, em que é tema deste post :\

Charlie Dalton

domingo, 17 de abril de 2011

Flores e um supermercado

Era uma casa um tanto pequena, num bairro modesto, mas ainda sim tranquilo. Margarida estava de frente para seu velho toucador, aplicando um pouco de blush num rosto dizimado pelo tempo. As rugas eram evidentes, e pareciam mostrar-se como as longas jornadas e batalhas ao longo de sua vida. Margarida podia muito bem lembrar-se de quando era jovem, de seu rosto delicado e que exalava beleza por seus poros, fazendo um certo jus ao nome de flor. A cara que ela agora fitava era quase estranha, e tinha o poder de fazer esquecer de como fora sua aparência, deixando para trás somente a sensação de ter sido bela algum dia. Virando-se um pouco para a esquerda, pode contemplar o quadro da família, e olhava com encanto o rosto esbelto de Roberto, e com alegria para o de seu filho, Diogo. Faz sete anos que Diogo partiu de casa, e quatro anos desde que ele se foi para sempre. Margarida não se conformava na época que o filho tivesse ido antes da mãe, sentindo uma dor lacrimejante e aterradora, que aos poucos foi sendo substituída por um lago de lembranças difusas ao passo que as lágrimas cessavam.
- Margarida, vamos lá! Nós vamos nos atrasar! - Gritou Roberto da cozinha.
- Já vou indo, meu velho, estou terminando aqui.
Os dois seguiram de carro para o supermercado próximo, Roberto sempre reclamando de como era bom antes, quando podia dirigir a noite, e como seus joelhos agora doíam quando cambiava as marchas. Margarida já estava acostumada com tudo aquilo, e suas palavras eram sempre as mesmas "calma, Ro, com um remedinho a dor passa rápido". Dessa vez, no entanto, ela acrescentou sem pensar "pelo menos você está vivo, é o que importa". E o silêncio que seguiu falava mais por si que qualquer outra possível palavra.
- Roberto, - começou Margarida, mudando de assunto.
- Ein é?
- Você acha que eu ainda sou bonita? - Ela falou sem cogitar em uma resposta negativa.
Aconteceu que, bem na hora, eles chegaram ao mercado, e Roberto voltou a reclamar das coisas da mesma forma que sempre fazia. Margarida foi logo puxando um carrinho pelo corredores, enquanto olhava na sua listinha com os óculos, concentrada em dizer a Roberto os itens. Ao passo que o carrinho foi enchendo, uma dor nas costas de Margarida também acentuava-se, e ela queria logo voltar ao estacionamento para guardar as compras no carro. Quando foi buscar farinha de trigo, e mais outros mantimentos, viu uma coisa que a recordou da infância do Diogo. Era o cereal preferido dele, que poucas vezes podiam comprar, uma vez que cereal em si não era coisa barata para quem ganhava um salário modesto. Ela sabia que era uma tolice, mas o impulso da memória foi maior, e colocou a caixa com um certo cuidado maternal, sorrindo, como se pudesse comprar um pouco da vida do seu falecido filho. Quando Roberto foi ver o que ela comprou, começou a dizer que não havia necessidade alguma em comprar um sucrilhos que eles não iriam comer, olhe nossos dentes, você acha que eles aguentam? Ele falava sem pestanejar.
- Ah, Roberto, deixa vai, por favor...
- É melhor não, minha velha, não quero ficar entristecido vendo você falar chorando dele depois...
E Margarida, para dar um desconto ao marido, tirou a caixa, mas não pode deixar de sentir certa raiva pela atitude de Roberto. Ao seguirem finalmente para o estacionamento, abriram o porta-malas com sofreguidão, pois guardar as compras era a pior parte daquele dia. Sem ver nenhum ajudante do supermercado a vista, Margarida começou a puxar as sacolas com as duas mãos.
- Com licença? Os senhores querem uma ajuda para guardar as coisas? - disse uma moça muito bonita que chegou ao lado deles.
Margarida, olhando para ela sem responder por uns momentos, disse:
- Claro minha filha, adoraríamos!
E os três começaram a guardar as coisas, a moça sempre puxando o mais pesado, para o alívio de Margarida. Quando terminaram, Margarida foi sacando uma nota de dois reais para dar à moça, que vendo a atitude logo falou:
- Senhora, não precisa! Foi só uma pequena ajudinha, fico grata por ter sido útil.
- Qual o seu nome, minha filha?
- Meu nome é Rosa, e o seu?
- Prazer, me chamo Margarida. - E as duas trocaram um longo sorriso, para então despedirem-se com alegria. Já no carro, Margarida pensando na beleza da moça, voltou a perguntar ao Roberto:
- Velho, você acha que sou bonita?
E para sua surpresa Roberto a fitou por uns instantes e disse:
- Eu já não te falei isso antes? Para mim você vai sempre ser a única florzinha que alegra o meu jardim.

Gabriel

sábado, 16 de abril de 2011

A Dança da Floresta


Mágica história que transita entre um mundo mítico e um castelo na Transilvânia.
Jena, suas quatro irmãs e seu sapinho de estimação, chamado Gogu, guardam um segredo: todos os dias de Lua Cheia, fazem sombras contra uma pedra e entram em uma floresta mágica, onde habitam criaturas bizarras e fantásticas.

"Juliet Marillier é uma autora de fantasia, especialmente histórica. Nasceu em 27 de julho de 1948 na Nova Zelândia, na cidade de Dunedin e cresceu a ouvir histórias e música da cultura Celta, daí a sua afinidade com este tema que influencia, nitidamente, a sua escrita."



Nathália

sexta-feira, 15 de abril de 2011

O nada

- Quem tu estás esperando?
- Meu pai.
- O que há com ele?
- Está dando adeus.
- Esse hospital... ele tem câncer?
- Não, sua irmã, minha tia.
- Esfriou bastante de ontem para hoje; não há saúde que aguente.
- O acaso é o mais cruel dos homicidas; não há saúde que aguente.
- Meus pêsames.
- A ti também, estamos sujeitos ao mesmo.
- Não gosto de silêncio, ele me constrange.
- Não há silêncio a dois; silêncio a dois brada mudo.
- Pois então, o que veio primeiro: o ovo ou a galinha?
- Depende do ovo, depende da galinha.
- Eu não sei mais se devo acreditar em Deus. Tudo parece mais simples e concreto do que Deus propriamente.
- O que havia antes de tudo o que existe?
- Nada.
- Mostre-me o nada.
- Não existe, é nada.
- Isso é impossível pelo entendimento que tu tens do mundo, percebes?
- Não é impossível; houve o Big Bang e tudo começou.
- O Big Bang pressupõe matéria; e de onde veio essa matéria?
- Sempre existiu.
- Tudo possui um começo e um fim, na nossa concepção, no racionalismo que tu estás a considerar agora. Logo, admitirias que nossa concepção está errada, e terias que adotar imediatamente outra crença. Aí entra Deus.
- Nem tudo possui um começo; algumas coisas sempre existiram.
- Tudo o que sempre existiu partiu da matéria.
- Nem tudo parte da matéria.
- O que não parte da matéria?
- É logicamente impossível que tudo parta da matéria, e que se aceite que a matéria partiu do nada; o nada não teria como ter partido da matéria, logo, o nada é o que nunca partiu da matéria.
- E o que é o nada?
- A escuridão, o buraco negro.
- O buraco negro é o conceito que mais pressupõe matéria.
- Verdade; o que sugeres?
- Sugiro que exista uma exceção que não parta da matéria, aliás, que nem parta, que seja perpétua; não é produto da matéria, nem do cérebro, como é o pensamento, a dor e a subjetividade. Essa exceção é o nada; o nada não parte da matéria, ele é uma terceira via ao que chamamos de concreto e abstrato. O nada não está inserido em qualquer compreensão nossa, porque não está diretamente expresso no concreto nem no subjetivo. O nada é o nada. Deus seria o nada, a única exceção.
- E por que Deus resolveu reger os outros dois conceitos?
-Pelo mesmo motivo que o concreto rege o abstrato; por coação sistemática. O nada não pode ser exemplificado, porque a única exceção não parte de nenhum dos outros dois conceitos. O único conceito visível é o concreto, do qual parte a subjetividade, que é perfeitamente explicável a partir da clareza com que se manifesta sua origem. O nada, entretanto, apesar de dialogar e, mais do que isso, conceber os demais, por estar contido em suas essências de forma indireta, não é claro, e acaba incorporando-se e tornando-se inerente a eles. Por isso, ninguém nunca descobriu o nada, ninguém nunca descobriu Deus.
- Queres dizer que Deus já acabou?
- É tão perpétuo quanto a matéria; pode ser dissolvida, fragmentada, modificada, mas nunca extinta.
- Por isso Deus não aparece? Porque ele não é concreto nem abstrato, não sendo passível de exibição de forma alguma?
- Errado; ele é perfeitamente passível de exibição porque, apesar de não ser propriamente concreto ou abstrato, o concreto e o abstrato necessariamente contêm seu princípio, seu núcleo, e o manifestam, mas simultaneamente o confundem a quem vê, de modo que não é percebido. Vês aqueles pardais pousados na janela?
- Vejo, certamente.
- Compreendes que eles podem estar a sentir, seja dor ou fome, mas inevitavelmente estão suscetíveis a uma infinidade de sensações?
- Com certeza.
- De que são feitos os pássaros?
- Pele, osso, carne, conjunto que, segundo a tua teoria, a qual, nesse ponto específico, conta com o meu crédito, origina o subjetivo, o abstrato contido no nem tão complexo contexto de um pássaro.
- Nem tão simples assim, mas está correto. Então entendes que a matéria é o princípio de tudo, ou seja, a conjunção da pele, do osso e da carne; mas o que constituiu tudo isso? Seguiremos em uma linha de raciocínio que, dependendo dos caminhos percorridos, nos levará às mais primitivas substâncias, mas necessariamente substâncias. Impossível será converter alguma noção abstrata em matéria propriamente dita. Tomemos como princípio da constituição corporal dos seres poeira cósmica; a poeira cósmica seria produto do nada. Quais os mecanismos do nada? Impossível descrever, visto que só encontramos sistemas e até mesmo construções verbais que designem o abstrato e o concreto. O importante é que o nada existe e, enquanto negado como via independente, livre da matéria e do subjetivo, torna paradoxal qualquer explicação à existência concreta ou abstrata de tudo.
- Interessante, certamente interessante, mas tenho uma dúvida. Por que escolheste a palavra “nada” como nomenclatura a essa suposta terceira via ou terceiro grau da existência? Ou devo chamar de primeiro grau da existência?
- Perfeito, muito bem observado. Escolho “nada” por um motivo bem simples: o nada é a palavra mais paradoxal e inexplicável que posso imaginar, muito de acordo com a significação a ela concedida. Quando disseres, por exemplo, “não quero nada” ou “quero nada”, estarás querendo exatamente o mesmo, o que pressupõe, talvez, a essência do paradoxo crucial da existência. Ademais, foste tu quem sugeriu a palavra, quando te perguntei o que não parte da matéria, ou o que a antecede.
- Uma última questão, dessa vez nem tão complexa: o que fazes da vida?
- Sou filósofo.
- Eu poderia apostar.
- Costumam dizer que filósofos não fazem nada.
- Isso deve te orgulhar. Aquele homem te chama, seria teu pai?
- É ele mesmo. Estou indo, até mais.
- Espera! O teu nome?
- Fica também a teu encargo.

Por isso eu não me calo frente a nada, mas estou sempre envolta no mais pleno silêncio.
.

Por Gabriela Richinitti via Gabriel
www.insanidadeletrada.blogspot.com

domingo, 10 de abril de 2011

Fuga em três vozes


Essa é a primeira fuga que escrevo, pra piano, cravo ou órgão. Espero que gostem.

Arthur

Contemplation n.3


Terceira, da série de quatro, peça minha entitulada ''Contemplation''. Espero que gostem dela assim como eu gosto. Peço desculpas, ainda que talvez não notem, pelo fato de ter sido gravada em um piano que me soa esquisito (o mesmo da peça que postei há algum tempo aqui).

Arthur

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Sting & Edin Karamazov (Lute) - John Dowland - Come Again

Dificuldades em encontrar músicas Renascentistas?

Seus problemas acabaram!

A equipe Randomicoteca as achou para você!

neste site:

encontre centenas de Músicas Renascentistas e Medievais para download for free, incluindo Josquin Des Prez, William Byrd e outros.

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Reúna seus amigos e rememore os tempos áureos do Renascimento.

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Nathália

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Do you live in Austria?

Andei percebendo, através de um widget deste blog, que tivemos visitas frequentes de alguém da cidade de Laa, que fica num estado da Áustria chamado Estíria.

Esse fato despertou em mim curiosidade. Afinal, o que há neste blog, feito por brasileiros, que atraiu a atenção de alguém que está tão longe do Brasil? Será que descobriu o blog por acaso? Fala ou lê em português? Como é pra essa pessoa viver nessa cidade? Ela é tão bonita quanto as fotos que eu vi no Google Mapas e no Google Imagens?

Se você, leitor - ou leitora - é essa pessoa da Áustria, contate-nos. Acredito que as respostas às perguntas acima serão interessantes para o blog - e para mim também!

Charlie Dalton

terça-feira, 5 de abril de 2011

À ti, a verdade

Começo refletindo sobre o tempo
Pergunto-te: O que tu fostes ontem?
Não eras uma criança? Uma jovem esbelta?
E hoje, quando a decrepitude rói tuas entranhas,
Sonhas com o passado sem ganas do agora...

Somos míseros nada. Sim, não somos!
Pense na idade das estrelas, das galáxias
Das constelações e do Universo!
Quiçá dos outros universos que existem
E tu ainda anseias o próximo capítulo da novela?

Não vês que vive um sonho dentro d'outro?
As distrações circundantes e tua própria vida
Te engolfam num sono profundo e amargo
Pois algo sempre menciona a possível verdade
E disso, menina, ninguém gosta...

Tudo é tão perene e efêmero: as idéias, os amores
As recordações, a juventude; E disso tudo, pergunto:
O que fica? Por acaso levaste algum ideal para a cova?
Por acaso estás enfeitada com tua preciosa toga
Agora que os vermes te limpam e deixam só os ossos?

Mas não tema, minha doce querida
Além da vida há mistérios invisíveis aos profanos
O não-ser é a próxima etapa de uma não-vida
Portanto, prepare-se, humanas cinzas,
Para dissolver-te na mais radiante estrela
E viver a assombrosa realidade.

Gabriel

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Quero existir

Sou mera ilusão. Sou apenas um desenho no mundo real. Aqui não me acostumei; pouco me adaptei. Voltarei aos quadrinhos que lá é o meu lugar.

Ah! Querida! Não se atormente! Apesar dos vilões que terei que enfrentar, protegido sempre estarei, e mesmo que eu morra, sempre haverá um jeito de me ressucitar.

Nosso amor é impossível. TENHO que voltar ao meu mundo, pois no mundo real eu nunca vou existir. Sempre serei apenas o fruto da sua imaginação. :'(





P.S.: Primeiro post do blog "Imagino e escrevo", de Charlie Dalton - eu, nesse caso! ;)

Não sei

Resolvi escrever.

Durante o dia, enquanto estou no ônibus, caminhando, esperando, tentando dormir ou fazendo qualquer outra coisa que só envolva pensar - já que a tarefa principal permite que minha mente transite por outros lugares e assuntos variados – eu crio teorias, soluções, histórias, romances e tudo mais. Mas quando eu resolvo escrever sobre isso tudo, as palavras somem. Não é falta de leitura, eu acho. Eu só não consigo colocar em prática aquilo que eu pensei. Também não é falta de imaginação. Imaginação e sonhos são o que eu mais tenho. Já que a realidade às vezes deixa a desejar.

Enfim, resolvi escrever e não sei o assunto ainda. Tudo o que vêm a minha cabeça, transformo em palavras. Antes eu pensei: “É melhor escrever no papel ou direto no computador?”. Escolhi o papel. Um caderno velho de química e uma caneta preta. É tão bom riscar aquilo que tu não gostou. Eu risquei algumas coisas, eu ainda consigo vê-las e mesmo assim eu não preciso levá-las em consideração. É assim que acontece na vida. A gente faz as coisas “à caneta” e não tem corretivo, borracha ou “botão de delete” que apague de nossa memória. A gente só pode riscar e evitar não errar de novo, nem levar em consideração quando for passar a limpo. E agora eu lembrei das regras. Onde colocar as malditas vírgulas, eu nunca sei; quando usar ponto final; introdução, desenvolvimento e conclusão. Tanta coisa pra lembrar e tu ainda tem que ser criativo?? Que pesadelo. Ta aí uma metáfora bem bonitinha que pode ser melhor analisada. Escrever x viver. O importante é o conteúdo ou a estética? Os dois são importantes, tem que ter o equilíbrio, tentar chegar perto da perfeição, entre outras coisas mais.

E a conclusão eu não sei, apenas resolvi escrever e só o que surgiu foi uma metáfora.


Juliane