Vniversale descrittione di tvtta la terra conoscivta fin qvi

sábado, 19 de novembro de 2011

Acapella


Teus olhos me divertem.
Diz, quando está de bom humor.
O homem agora ajeita seu chapéu
E arranca um sorriso da garota.

Ambos pintam o sinuoso quadro
O pequeno e apertado quadro
Esboçado em verniz
Que a rua de nome-de-flor emprestou.

Você paga a conta,
Ele começou.
Jamais,
Ela nunca se cansava daquilo.

Ela pensa que ele é um artista.
Ele, que ela é duplamente ingênua.
Ambos seguem por um caminho
Ambos conhecem-o.

Seus olhos se encontram, uma vez que outra.
Jamais aqueles olhos azuis foram cativados
É evidente, ele sorri sozinho.
Ela, curiosa, tenta usar o cabelo.

É que ele amava o jeito que ela tocava no cabelo.
Quero algo diferente hoje,
Depende,
Você que sabe.

O caminho foi alterado
Mas será que não continuou?
Algo lá, bem no fundo, espectral
Faz o que todo domingo é de costume...

Ela acorda tarde.
Acorda faminta.
Acorda esquecida.
Quero ir para casa,

Ele, continua a apertar
Que lindo pescoço!
Que boquinha vermelha!
Que biquinho mais fino…

Ela grita.
Ele geme.
(Dá para ouvir os sons do outro caminho)
Ele termina acariciando, devagar, as mechas louras.

(Agora os fantasmas se despedem, 
ele feliz, esperando a próxima vez,
a vez que de tão intensa
ela vai entender...)

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A Macabre Illustrator

Edward Gorey é(foi) um americano ilustrador de contos macabros.

Alguns de seus desenhos:








Principais livros que ilustrou:

Old Possum's book of practical cats


The house with a clock in its walls


The spell of the sorcerer's skull


The mansion in the mist


Dracula



:)
Ntx

domingo, 13 de novembro de 2011

Utopia

Não há tempo para a poesia;
nem nunca houve; não há humor;
não há lirismo no cerne da carne;

e haverá?

que colhe a mão o alimento,
a madeira, o trigo; bate a mão
o cimento e a farinha do pão;
pai e mãe querem o sustento,
e os pequenos choram à mesa
estonteados; e não há beleza;

o choro à mesa tritura um coração;

e vêm os tempos de sol,
e lavra a mão a terra dura,
põe na pata a ferradura;
o peito humano é armadura,
a mão humana é arma dura,
o coração é alma dura;

e a poesia não vive;

onde vive a poesia no corpo faminto?

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Soneto do Homem Fêmea

Era um homem que gostava de rosas
vermelhas, rosas em lépidas formas
em buquê, rosas em laço de entranhas
em nó, rosas de amores, de roseiras.

Era um homem que escrevia sonetos
à amada, cantarolava os librettos
barrocos de operetas, e em rubatos
de lira, jogava aos prantos o peito.

Era um homem fiel, e que não fosse,
era homem amado, homem amante
da vida, das cores, de um jeito doce.

Era um homem fêmea; morreu em frente
ao próprio amor, de paixão decadente;
em sangue, num golpe, adeus de repente.