Veja, há uma coisa ali na sombra
Ela se arrasta como um paladino vencido
Perceba, entretanto, o seu ver resoluto
Suas entranhas semi-abertas
E o sorriso demente, conspícuo, que tem essa criatura.
Esfrega-se no chão como uma lesma, e traz uma imundície fedorenta consigo
Consigo é ver a podridão que exala da sua boca depravada,
E suas palavras tem a adrenalina do sangue fresco de sua possível presa:
"Venha! Vamos se afogar no meu lodo, nessa miséria corruptível e resoluta,
Deixe que eu te possua, reboque tuas virtudes e atira-te no meu precipício de morbidez absoluta!"
"Ah!" compreendo. Isso tu sabes o que é. Afastemo-nos, antes que ela nos englobe,
Devore cada pedacinho digno nosso, para restar os ossos que tanto urgimos esconder.
Esfrega, esfrega, esfrega, é o coito da morte!
A verdade é que
com ela não temos sorte,
Não temos sorte,
Temos só
Temores
Tumores
Horrores
Medo do produto
Enlatado diminuto
Nosso conjunto:
Humanos torpes.
Gabriel Engelman
2 comentários:
Ficou legal, Gabriel! Só acho que ficou meio random depois do "com ela não temos sorte"; mas acho que essa era a idéia do poema, se perder um pouco, né? Hehe
Abraço!
vai entender..
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