Brotam de dentro de mim
Toda classe de parasitas
Vermes, tênias e larvas
Por entre minhas carnes podres transitam
O cheiro que exuma do meu cadáver
Prende a atenção de pequenas aves
Gulosas, com suas línguas salivando
Vem à mim de mansinho
Desejando de início só um pedaçinho
Quando meus olhos pútridos vazam
Não pelos vermes que me assediavam
Mas por consequência de certas garras finas
Pressinto eu um leve sangramento
Ao romperem com ardor minha vistosa retina
E ao que suas bocas imundas se cansam
De tão delicioso banquete,
Deixam espalhadas manchando, veja só!
As minhas tripas no tapete!
-g
8 comentários:
vc não estava morto. mortos não sangram he
Influências diretas de Augusto dos Anjos. :)
sim mas escorre o sangue, era como se mesmo em decomposição houvesse um resquício de consciência, a mesma que conta o poema
sorry, i'm not that cool
parei pra ler agora este poema.
está interessante até vc destruir ele no fim, quando usa a palavra ''tapete'' simplesmente pra rimar com ''banquete''. o que fica necessariamente idiota, já que antes vc cita aves que pousam em teu corpo, dando a impressão do cadáver estar ao ar livre.
Mr anônimo, a interpretação é clara; veja bem, as "pequenas aves" estão no texto exatamente para contradizer essa possível interpretação, pois imaginei a cena como dentro de um apartamento com as janelas abertas ou ainda mesmo numa casa. Passar bem
''Não pelos vermes que me assediavam'', vermes em um apartamento, entendo
vermes que eclodem da sua carne podre, sim!
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