Vniversale descrittione di tvtta la terra conoscivta fin qvi

sábado, 17 de dezembro de 2011

Pensar dói


Hoje ouvi uma coisa que me entristeceu profundamente. Numa roda de amigos, conversávamos sobre banalidades quando, por alguma razão, entramos em um assunto mais profundo. A coisa ia indo, evidente que nossas opiniões eram meros palpites sobre a questão (o qual não me recordo), quando aconteceu um silêncio constrangedor.
"Quem sabe não falamos sobre uma coisa que não precise pensar tanto? Esse assunto está me dando dor de cabeça."
No momento que a garota falou aquilo, era como se um ferro em brasa tivesse quimado minha pele. Sinto parte da ferida até agora.

O fato de um assunto, por ser muito complexo, não ser digno de atenção, implica em muitos comportamentos e visões de mundo. Afinal, por que razão, ou melhor, o que eu ganho em procurar entender por que existo? O sentido da vida? Por que existe tudo ao contrário de nada?

Dor de cabeça. Preguiça mental. Impotência vista de frente, nossas limitações tão claras que sua mera visão causa calafrios em nossas espinhas. Ao invés de eu abstrair e dividir visões de mundo, é mais fácil aproveitar para dar piteco no corriqueiro e banal (talvez porque não há visões a serem compartilhadas?).

Olho ao lado e vejo indivíduos falando com entusiasmo sobre carros e seus diversos modelos. A ênfase e energia posta nessa discussão é maravilhosamente contagiante, pois cada um tem tanto interesse por defender seu modelo predileto como aprender com o outro vantagens de se ter um motor 2.0 ou um automóvel da Fiat.

As trivialidades são e sempre foram a primazia por serem facilmente compreendidas.

As novelas pintam as discussões de um chá da tarde. Quem vai ficar com quem e como foi cada experiência provocam uma classe de sentimentos irresistíveis. Assistir a filmes de comédia é quase uma obrigação em dias que "não há nada para se fazer".

Não é mais fácil tagalerar e emitir julgamentos sobre coisas palpáveis? Por que digredir sobre um livro que me faz pensar? (Caso haja "motivo" para ler tal classe de livro) Criar um senso crítico sendo que ele não me beneficiará a curto pazo??? Não. Não quero ser um cara "chato" que só quer falar sobre coisas entediantes e difíceis.

Evidentemente, isso gera um ciclo vicioso. Mas ninguém escapa de se defrontar com uma situação que se descobre complexa. Nesses casos, simplesmente emite-se opiniões de senso comum que não levam a nada. O que restringe ainda mais tratar de assuntos como esse com conhecimento de causa. E gera certo ódio e confusão  tanto por não se entender o que se está discorrendo como por não estar a par da argumentação. É, quando o feijão com arroz não bastar, talvez só uma aspirina mesmo...

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