Vniversale descrittione di tvtta la terra conoscivta fin qvi

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Sapientia

 Existem, no homem, dimensões tão transcendentais que extrapolam a própria "humanidade" dele. Como assim? Bem, certas questões (que fogem a qualquer atividade ou menção cotidiana), quando encaradas sob uma ótica sem paradigmas e cientes da incapacidade de compreensão delas, conferem ao indivíduo, pouco a pouco, ir achegando-se do summum mistério e aperfeiçoando-o como ser pensante e sensível.
 Um exemplo, seria sobre a finitude do universo: é ou não nosso universo - isto é, tudo o que existe - um ente finito? Tão fadado a um fim como nosso curto período de vida? Não seria esta uma das maiores contradições da existência? Há também outras questões interessantes: o mistério pós-morte, quais são os reais limites e potenciais intrínscecos em nós... Ao passo que a ciência vai tentando resolver alguns dilemas e traz à luz estas e outras questões triviais, o ser pensante processa a informação e quais as consequências destes vinculadas à realidade (a ciência, para mim, é, portanto, parte da "matéria-prima" da filosofia). Veja que nenhum destes mistérios possui uma resolução aparente. Ou melhor, talvez encontremos uma resposta, que, mais tarde, mudará. Entretanto, o resultado desta "dialética do pensamento" é um desdobramento e maior profusão da razão crítica.
Respostas, respostas; o animus do homem é um ente selvagem, inscaciável por natureza. É ele que comanda o indivíduo a procurar por mais compreensão e viver mais mudanças. Uma vida estagnada está fadada à degradação, pois é incompatível com o próprio conceito de vida. Seja mudança do pensar, do sentir, do ver... Mas mudar - preferencialmente para melhor - é quase um dever para chegar à satisfação e equilíbrio deste animus, ou alma. A alma tem uma estreita relação com questões transcendentais, pois ela é imperfeita: seja pelo limite físico à ela imposto, seja por sua possível natureza incompleta, a certeza que tenho é que ela faz o possível para compreender os motivos de sua própria existência bem como a gênese de tudo o que é externo a ela, mesmo que saiba que, provavelmente, jamais chegará a resposta alguma.
À substância pensante, usando da terminologia descartiana, só foi conferida o poder de obter um conhecimento quase ordinário, se compararmos a magnitude das questões aqui propostas com o resto trivial. Claro que, chegando a isto, vemos que este é um possível dilema - ou causa - que move o Ser: nunca alcançar uma meta, mas almejá-la de todas formas não torna a nossa existência uma detentora da sapiência primordial, esta possivelmente enfadonha e estagnada. Ao menos por hora.

Gabriel (via sujeitoaminhaexistencia.blogspot.com)

Um comentário:

Anônimo disse...

o que acharam?