Vniversale descrittione di tvtta la terra conoscivta fin qvi

domingo, 6 de março de 2011

V.M. Hilarion

Achei o texto que vou colocar aqui muito tocante... Espero que gostem.
É do Paulo de Tarso, ou também como sua mônada se chama, Hilarion.
Mostra como foi seus primeiros anseios na busca pela transcendência do eu, e sua consequente entrada como um discípulo de Jesus Cristo.

“Eu vivi em meio a Homens que sabiam.
Eu vivi cercado por intelectos poderosos.
Eu vivi em meio aos didáticos, aos professores, aos filósofos e aos eruditos. E cada palavra minha não era proferida como um ato de Fé, como um ato de Amor, como um ato de ajuda ou como um ato de consciência. Eu falava para que minhas palavras fossem bonitas; para que os sons fossem bem colocados.
Eu era um filósofo...
E tanto me envolvi no saber, no aprender, na eloqüência, na disciplina, que me esqueci de mim mesmo. Eu estava tão voltado ao mundo externo e àquilo que as pessoas iam pensar de mim, que eu esqueci de pensar em mim mesmo.
Era um diplomata. Nasci numa família na qual as pessoas tinham todas as condições de ser felizes e não eram.
Nasci no meio daqueles que tinham para o corpo, daqueles que tinham para a mente, mas que não tinham para a alma.
Fui educado para amar o belo, sem nunca, jamais, ter enxergado a beleza espiritual.
Eu fui um legislador das palavras. Um Homem sábio das atitudes. Um Homem que dizia sempre, a si mesmo, que praticava a verdade.
E, numa noite, eu dormia a sono profundo, quando apareceu, no meu quarto, um homem velho... Muito velho. E eu despertei com aquela presença horrorosa no meu próprio quarto, e comecei a insultá-lo, dizendo:
‘- Como você entrou: Como você veio aqui? Não percebe que você está no quarto de um nobre? Como ousa?’
E, no momento em que ia chamar os criados, no momento em que ia, enfurecidamente, gritar e acordar todos os empregados, aquele homem me olhou profundamente, nos olhos. E, mesmo que esquecido eu estivesse, vi nele, nos olhos dele, o meu próprio olhar.
Ele se mantinha no mais absoluto silêncio. Nenhuma palavra, nenhum som. Apenas aquela imobilidade de uma presença no meu quarto, que eu não conseguia expulsar. E, quando levantei o meu braço, ele, mais uma vez, olhou para mim, e disse:
Não me reconhece? Eu sou você. Você será assim, daqui 20 anos.
E eu olhei para aquele corpo dejeto, aquelas rugas, e não vi a minha altivez, não vi a beleza da minha pele, não vi os meus cabelos.
E nas palavras dele, não vi a beleza da minha pele, não vi os meus cabelos.
E nas palavras dele, não reconheci as minhas.
E, depois que o pranto tomou conta de mim, ele desapareceu.
Mil vezes, eu preferia que isso não tivesse acontecido, porque eu caí num profundo desespero.
Será que ele era eu?
Passei noites, e dias, e meses, sem conseguir mais conciliar o sono, comer ou discursar.
Quem era eu? Quem era aquele homem? Quem era aquele pessoa que no meu quarto apareceu?
Eu nunca havia pensado na velhice... Até então eu só tinha vivido para realizar as minhas próprias glórias... E que glórias, e que tempo efêmero...
E, assim, eu adoeci. Uma doença que, hoje eu sei, se chamava tristeza, mas estava vindo para me curar.
E quando eu estava nos meus delírios, afastei-me de tudo: do meu trabalho, de todas as regalias, de todos os gozos e de todas as angústias. Só havia uma angústia: compreender o porquê daquele homem no meu quarto, me dizendo que era eu mesmo.
E, mais uma vez, ele aparece para mim... e disse:
‘- Não lhe devo explicações, porque eu sou essa pessoa importante, esse homem forte, que você criou.”
‘-Não é possível que eu seja isto!’
Então, saí de casa, porque precisava arejar a minha consciência e, sem levar nada, apenas as vestes que cobriam o meu o corpo, saí andando. Não tinha nenhuma intenção de me desligar da vida. Eu queria viver. E cheguei à beira de um rio, no meio de uma floresta, e me banhei.
Havia um profundo desespero em mim. Havia uma profunda falta de esperança em mim. Porque, se eu não tinha um mundo em que acreditar, o que eu tinha?
E foi aí que começou a minha viagem de volta para mim mesmo.
Nas águas daquele rio em que eu me banhei, comecei a observar a minha humanidade. Comecei a ver que eu era igual, igual a qualquer outro homem. E chorei como um menino. Um menino que não tinha aprendido a chorar.
E, enquanto assim eu estava, envolto na minha tristeza, na minha decepção comigo mesmo, mais uma vez aquele velho apareceu. E, desta vez, ele não estava nem tão velho, nem tão soberano, nem tão ditador, nem tão encolhido, em seu mundo.
E ele me disse:
‘-Eu sou você. Eu sou aquilo que você pode tornar-se!’
E eu pensei muito naquelas palavras: ’Eu sou aquilo que você pode tornar-se! Eu sou o seu amanhã”.
E mais uma vez o meu intelecto se fixou naquelas belas palavras.
Durante alguns dias ainda permaneci, no verde daquelas florestas, porque sentia que aquele verde me curava, me limpava, me fazia ganhar suavidade e amor por mim mesmo.
Comecei então a pensar, muito fortemente: o que era Verdade para mim? E percebi que a verdade não eram os louvores, não dia para o mundo! Não porque eu fosse mais importante que alguém, mas porque compreendi que eu criava o mundo à minha volta.
Esse eu criava um velho decreto nojento, eu também criava, com as minhas palavras, o meu futuro. E, se eu queria mudar o meu futuro, eu tinha de mudar, agora!
E, assim, voltei para a cidade e me tornei um homem da verdade.
Eu sou Hilarion. E, durante muitas, muitas encarnações, eu voltei, sempre praticando a verdade.
E, hoje, eu lhes digo, meus filhos: a verdade cura. A Chama Verde cura, porque fortalece, em vocês, a verdade.
Não profiram palavras que não façam atos.
Não falem, jamais, coisas que não são a mais profunda e absoluta verdade, dentro de vocês.
Não poupem, aos outros, da verdade, lhes falando mentiras.
Vocês criam o mundo, o Universo à sua volta. Portanto, curem-se com a verdade.
Descubram a potência verde de suas vidas. E sejam Mestres; e sejam luz; e sejam flores; e sejam Universos de verdades. Porque tudo está em seu coração, em suas palavras em suas ações.
Portanto, não ousem mentir, e não sejam diplomatas nas palavras que forem, nem nas intenções, que ofendem e machucam.
Cuidem de ser verdadeiros nas suas intenções.
Cuidem de permitir que o mundo de cada um de vocês seja melhor, para que a sua estrela brilhe, para que a sua flor não apenas enfeite, mas perfume.
Seja verdadeiro...
Deixo, à todos a bênção da Chama Verde.
A verdade cura, porque a verdade é Deus.”


gabriel

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